segunda-feira, 10 de setembro de 2012

Áreas protegidas crescem, mas ainda estão longe da meta global para 2020



A cobertura de áreas protegidas no planeta aumentou consideravelmente nos últimos 20 anos, tanto em terra quanto no mar, mas ainda está muito longe de atingir as metas internacionais estabelecidas para 2020 dentro da Convenção sobre Diversidade Biológica (CDB) das Nações Unidas.

Segundo um relatório publicado pela União Internacional para Conservação da Natureza (IUCN, em inglês), o porcentual global de áreas protegidas no ambiente terrestre aumentou de 8,8% para 12,7% entre 1990 e 2010. Em ambientes marinhos dentro das áreas de jurisdição nacional (excluindo águas internacionais), o aumento foi de 0,9% para 4%.

As metas da CDB, conhecidas como Metas de Aichi (em referência à região japonesa na qual foram acordadas, em 2010), são de 17% para ambientes terrestres e de 10% para os oceanos.

Para chegar a esses números, segundo o relatório, será necessário criar nos próximos oito anos mais de 6 milhões de quilômetros quadrados de áreas protegidas em terra (duas vezes o tamanho da Argentina, por exemplo) e 8 milhões de quilômetros quadrados no mar (uma área maior que a Austrália).

O relatório, chamado Planeta Protegido, foi apresentado ontem no Congresso Mundial sobre Conservação, que ocorre na Coreia do Sul até o dia 15.

O líder da Iniciativa Amazônia Viva da Rede WWF, Claudio Maretti, que está no congresso, ressaltou que grande parte do aumento da cobertura global de áreas protegidas terrestres se deve à criação de unidades de conservação na Amazônia. Tanto pelo governo federal, nos primeiros anos do governo Lula, quanto pelos governos estaduais. Entre 2003 e 2009, o Brasil foi responsável por mais de 70% das áreas protegidas terrestres criadas no mundo, por exemplo.

"Foi uma época de ouro que infelizmente acabou", diz Maretti, referindo-se ao fato de a presidente Dilma Rousseff não ter criado nenhuma área de tamanho significativo até agora.

Atualmente, cerca de 25% da Amazônia estão protegidos - ao menos legalmente - por unidades de conservação (UCs) como parques nacionais e reservas extrativistas. A meta nacional era chegar a 30% até 2010. Segundo a Iniciativa Amazônia Viva, seria preciso chegar a 36%, no mínimo, para garantir uma conservação adequada da biodiversidade amazônica, e a até 70%,para salvaguardar os serviços ecológicos essenciais prestados pela floresta, como estocagem de carbono e produção de chuvas.

Segundo o relatório da IUCN, as áreas protegidas garantem o sustento de mais de 1 bilhão de pessoas no mundo e guardam 15% dos estoques naturais de carbono do planeta.

Orçamento

Maretti aponta para outro problema federal: a falta de recursos, humanos e financeiros. "A cobertura de áreas protegidas aumentou bastante, mas o orçamento, não. O resultado é uma redução da quantidade de recursos disponível por hectare para a implementação e gestão dessas áreas", diz.

O governo também está em dívida com os oceanos. O aumento de áreas protegidas marinhas no Brasil foi irrisório no período, apesar do aumento significativo em escala global. Apenas 1,5% dos ecossistemas marinhos e costeiros do País conta com algum tipo de proteção legal.

Fonte: Agência Estado

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